quarta-feira, 17 de julho de 2013

Revolução de 1930: desenrolar dos acontecimentos

REVOLUÇÃO DE 1930: DESENROLAR DOS ACONTECIMENTOS

A eleição presidencial de 1930 gerou o pretexto necessário que levou ao movimento conhecido como "Revolução de 1930" na qual uniram-se os descontentes com a política brasileira. 

Inicialmente, o presidente paulista Washington Luís indicava interesse que seu sucessor fosse um outro "paulista", Júlio Prestes. Isso gerou controvérsias entre os "mineiros" que estavam sendo excluídos do velho jogo do "café com leite".

Getúlio Vargas, ex-ministro do presidente, foi o escolhido para opor-se ao candidato do governo. Formou-se um grupo de oposição chamado Aliança Liberal que contava com o apoio de vários outros estados. O paraibano João Pessoa foi o candidato a vice-presidente.

A Aliança Liberal fez campanhas por todo o país contando com grandes manifestações populares. As eleições foram realizadas em 1º de março de 1930. No entanto, Getúlio Vargas, candidato da Aliança Liberal, foi derrotado nas urnas e, com isso, reacenderam-se as vontades revolucionárias (tenentismo). O pretexto veio com o assassinato de João Pessoa (por João Dantas em 26 de julho de 1930, no Recife).

Durante os meses de agosto e setembro a revolução foi preparada em diversos estados. E eclodiu no Rio Grande do Sul e Minas Gerais em 3 de outubro. Rapidamente o movimento se espalhou e avançou para Santa Catarina e Paraná em poucos dias. Em Minas Gerais, o movimento também foi grande. Eles mobilizaram o estado e avançaram para o Espírito Santo. No Nordeste houve um pequeno atraso no início, mas, na madrugada de 4 de outubro iniciou-se o movimento revolucionário que, logo conseguiu espalhar-se pelos estados de Pernambuco e Paraíba. Depois de algumas semanas faltava apenas os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pará a serem dominados pelos revoltosos. 

No entanto, em 24 de outubro, o presidente Washington Luís foi deposto e o cargo foi ocupado por uma junta composta de militares. No dia 28, alguns líderes chegaram ao Rio de Janeiro para debater sobre o novo governo. O chefe supremo da revolução, Getúlio Vargas, chegou ao Rio de Janeiro no dia 31 e foi bastante homenageado. Ele assumiu o governo como chefe do Governo Provisório da República em 3 de novembro de 1930.

terça-feira, 16 de julho de 2013

"REVOLUÇÃO DE 1930": GOLPE OU REVOLUÇÃO?

Diz-se que as revoluções provocam grandes mudanças e, por isso, recebem este nome. No entanto, há algumas revoluções sociais que na interpretação de alguns geraram "rupturas" mas, para outros, elas não geraram mudanças, mas, mantiveram "continuidades". Ou, há ainda revoluções que promoveram tanto "rupturas" quanto "continuidades". Ou seja, provocaram mudanças mas também mantiveram as mesmas coisas que ocorriam antes.
 Para compreender o caso da "Revolução de 30" vejamos o seu contexto. Vamos lembrar que nas primeiras décadas da República foi adotada acordo do  "café com leite", ou "política oligárquica", na qual os presidentes eram, ora de São Paulo, ora de Minas Gerais. Ou seja, apenas pessoas da elite desses dois estados poderiam ser presidentes. E os outros estados? Poderiam até se candidatar, mas, não venciam. Como assim?! Ora, com fraude e controle dos votos. Assim, vencia aquele que já era o escolhido.
Bom, para as eleições de 1930 ao invés da indicação do mineiro, pois era a sua vez, foi indicado outro paulista. Isso causou indignações nos mineiros que, aliando-se aos outros estados, formaram um grupo e lançaram um candidato forte: Getúlio Vargas. Este perdeu nas eleições, mas, apesar disso, foi posto no poder depois da "Revolução de 30".

Como compreender a Revolução de 1930? Vamos citar 3 interpretações:

1.     A primeira interpretação afirma que a Revolução foi feita por burgueses e portanto pela elite da sociedade (Nelson Werneck Sodré e Virgílio Santa Rosa). Elite composta por industriais que se fortaleceram depois da I Guerra Mundial. Esses industriais eram contra as políticas que favoreciam a "economia agrária do país" (plantação de café). Assim, em 1930 houve uma revolução pois o governo passou a valorizar e ampliar a economia industrial em detrimento da economia agrária.

2.     Outra interpretação é contrária a esta. Boris Fausto  alega que a elite industrial não tinha força suficiente para derrubar o poder. Para ele, a revolução foi um "rearranjo" de forças dentro da própria elite. Com Getúlio Vargas foi possível desenvolver o mercado interno e o Brasil passou a "desenvolver-se" politicamente e economicamente.

3.     Há, no entanto, além dessas interpretações, trabalhos desenvolvidos na década de 1980 que lançaram focos sobre a classe operária indicando que, o ocorrido  em 1930 tinha o objetivo de "calar" a voz dos movimentos sociais (operários). Ou seja, "façamos a revolução antes que o povo a faça".

Assim, a "Revolução de 1930" é compreendida por alguns como uma ruptura e mudança na política brasileira. E, por outros, como um golpe que calou a força da organização dos movimentos operários (principalmente comunistas e anarquistas).

Leia mais: CPDOC. Ruptura ou continuidade?