Diz-se que as revoluções provocam
grandes mudanças e, por isso, recebem este nome. No entanto, há algumas
revoluções sociais que na interpretação de alguns geraram "rupturas"
mas, para outros, elas não geraram mudanças, mas, mantiveram
"continuidades". Ou, há ainda revoluções que promoveram tanto
"rupturas" quanto "continuidades". Ou seja, provocaram
mudanças mas também mantiveram as mesmas coisas que ocorriam antes.
Para compreender o caso da "Revolução de
30" vejamos o seu contexto. Vamos lembrar que nas primeiras décadas da
República foi adotada acordo do
"café com leite", ou "política oligárquica", na qual
os presidentes eram, ora de São Paulo, ora de Minas Gerais. Ou seja, apenas
pessoas da elite desses dois estados poderiam ser presidentes. E os outros
estados? Poderiam até se candidatar, mas, não venciam. Como assim?! Ora, com
fraude e controle dos votos. Assim, vencia aquele que já era o escolhido.
Bom, para as eleições de 1930 ao invés
da indicação do mineiro, pois era a sua vez, foi indicado outro paulista. Isso
causou indignações nos mineiros que, aliando-se aos outros estados, formaram um
grupo e lançaram um candidato forte: Getúlio Vargas. Este perdeu nas eleições, mas, apesar disso, foi posto no poder depois da "Revolução de 30".
Como compreender a Revolução de 1930? Vamos citar 3 interpretações:
Como compreender a Revolução de 1930? Vamos citar 3 interpretações:
1. A primeira interpretação afirma que a
Revolução foi feita por burgueses e portanto pela elite da sociedade (Nelson Werneck Sodré e Virgílio Santa Rosa). Elite
composta por industriais que se fortaleceram depois da I Guerra Mundial. Esses
industriais eram contra as políticas que favoreciam a "economia agrária do
país" (plantação de café). Assim, em 1930 houve uma revolução pois o governo
passou a valorizar e ampliar a economia industrial em detrimento da economia
agrária.
2. Outra interpretação é contrária a esta. Boris
Fausto alega que a elite industrial não
tinha força suficiente para derrubar o poder. Para ele, a revolução foi um
"rearranjo" de forças dentro da própria elite. Com Getúlio Vargas foi
possível desenvolver o mercado interno e o Brasil passou a
"desenvolver-se" politicamente e economicamente.
3. Há, no entanto, além dessas interpretações,
trabalhos desenvolvidos na década de 1980 que lançaram focos sobre a classe
operária indicando que, o ocorrido em
1930 tinha o objetivo de "calar" a voz dos movimentos sociais
(operários). Ou seja, "façamos a revolução antes que o povo a faça".
Assim, a "Revolução de 1930" é compreendida por alguns como uma ruptura e mudança na política brasileira. E, por outros, como um golpe que calou a força da organização dos movimentos operários (principalmente comunistas e anarquistas).
Leia mais: CPDOC. Ruptura ou continuidade?
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